A Renda Renascença também está no meu universo, no meu processo de desenvolvimento como pessoa. Me lembro muito bem em minha infância quando minha mãe comprou conjunto de cama que tinha um lençol de linho vermelho com bordado de renda renascença e duas fronhas, eu fiquei olhando para a textura da rede achando interessantíssimo e admirando, nem mesmo sabia ainda que era renda renascença. 

Com o tempo fui conhecendo a tipologia, ouvindo falar e sabendo sua origem. Vinda da Itália através de freiras que se instalaram em Pernambuco e então começaram a ensinar ao entorno de mulheres mais carentes que tomaram o aprendizado como ofício. Em diante continuou expandindo por toda região do Cariri.

Logo em um determinado momento da minha carreira o Coletivo Feminista Cunhã me convidou para realizar uma consultoria, neste trabalho comecei a lançar meu olhar sobre a Renda e assim estabelecendo algo inovador. Foi quando surgiu a ideia de cada uma das rendeiras buscarem uma pedra na capoeira e tecer a renda revestindo-a. Após isto tive a conclusão de que a Renda Renascença poderia ter formato tridimensional ao invés de apenas bidimensional. 

Com testes e mais testes, estabeleci o contato constante com as rendeiras e em diante comecei a realizar um trabalho com Natural Cotton Collor, um grupo que trabalha com Algodão Colorido, criando com a tipologia. Também depois surge Fernanda Yamamoto, onde convidei-a para palestrar no evento da Estação da Moda em João Pessoa, a qual eu era o diretor. Desta palestra ela conheceu a Renda Renascença e ficou muito entusiasmada, corroborando para minha posterior presença através de consultoria de artesanato na sua então próxima coleção chamada Histórias Rendadas.

Nesses tempos participei da feira Première Vision na seção Maison D’exceptions, como Designer Têxtil e também com as criações da Natural Cotton Collor em suas três coleções. Fazendo com que meu interesse aumentasse cada vez mais.

Atualmente temos o projeto Reves Entrelaces gerando trabalho para as rendeiras e provocando-as à inovar. Surgindo Os Insetos, algo bem contemporâneo tal que desencadeou a coleção Veneráveis Insetos, qual foi selecionada pelo edital Economia Criativa do Sebrae.

Em paralelo continuam os trabalhos no site da Reves Entrelaces difundindo a Renda Renascença, o Cariri Paraibano, as rendeiras de Monteiro, Zabelê, São Sebastião de Umbuzeiro, São João do Tigre e Camalaú. 

A partir daí todas as rendeiras estão em um grupo unificado nomeado Rendeiras Do Cariri. Estando em contato constante com elas para novas propostas como as atuais colaborações com Sérgio Mattos, Ana Dejour, João Pimenta e também com Fernanda Yamamoto.

A conclusão do meu olhar deste universo com as rendeiras de fato é muito mais abrangente do que apenas comercial, agregando um valor muito maior social para desenvolvimento da profissão e para o ser humano, enchendo meu coração! Pois são mulheres que estão lá em local distante, que precisam de mais ofertas e demandas, de mais possibilidades, dignidade e sendo assim serem mais valorizadas ainda!

Rendeiras para mim são mulheres de garra, muito fortes, que têm o ofício de combinar o perfil dona de casa mais o fazer rendeiro, com uma delicadeza e sofisticação ímpar, diante de todas as dificuldades e histórias que elas têm para contar.

O artista ele tem uma visão exclusiva do mundo, e está exclusividade psssa por todas as camadas do meu trabalho. O artista gosta de ser único, e isto é inerente ao seu processo criativo. 

Nunca gostei de ser igual a todos, de ser um padrão.

Mas se for para dinamizar o meu insta, se este é o caminho. De ter músicas que estimulem a visuliazação, estou de acordo. Sinceramente sou leigo nesta área, cada um no seu processo profissional.

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